Eu poderia passar horas ali olhando aquela imagem, tentando decifrar quantas coisas já se passaram frente aqueles olhos de um azul incrível.
A voz doce de quem muito viveu, é ao mesmo tempo firme e segura de si. Conta da vida o passado, orgulha-se! Perde-se um pouco entre datas e nomes, mas mantem a postura impecável no sofá.
No presente o mais presente é o cachorrinho companheiro. Prefere não ver o entardecer, dorme antes do pôr do sol, para ficar com a imagem da luz do dia na mente. Talvez busque aquecer o coração solitário e não dar chance para a frieza da lua.
Logo vamos embora. Ela fica... Segura-se no portão do prédio, o cachorro ao seu lado. Observa com os olhos úmidos o nosso partir. Meu coração aperta na mesma proporção com a qual ela aperta as grades do portão. Olha para fora como se estivesse aprisionada... aceno para ela...e ela para mim. Um sorriso mútuo e singelo nos invade e adeus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário