domingo, 27 de março de 2016

Água na boca

Suas curvas matutinas desfilam nuas. Em frente ao guarda roupa, inclina-se para frente, abre a segunda gaveta, escolhe a calcinha daquele dia. Ali, assim, simples assim... vivo o imenso prazer de começar mais um dia!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Nosso tempo!

Amanhece mais um dia, mas não é um dia qualquer. Os raios de sol ainda tímidos entram pelas janelas e dão tom amarelado as paredes brancas. O sono sai dos olhos e desperto sorrindo para este dia especial.

O que me traz de novo esse amanhecer é a reflexão... fico imóvel na cama e deixo os pensamentos me guiarem e penso...

Quanto tempo são 90 dias? São três meses, são 2160 horas, 129600 minutos... mas quanto?? O tempo pode ser facilmente medido em números mas é tão relativo em emoções. É tanto para alguns e tão pouco para outros. É tão intenso para uns e tão corriqueiro para outros. O tempo...sempre o mesmo e sempre tão diferente. O tempo...que avança os relógios, que vira páginas do calendário...o tempo que se mede mas que não se qualifica.

Hoje 90 dias dizem muito. São 90 dias com gostinho de anos... são memórias de vida e novas experiências. É nova vida, nova casa, novos filhos...novo e absoluto amor.

Esses noventa dias começaram em um dia de chuva, em um início de tarde, em uma rua qualquer. Quando me vi dentro do teu abraço o mundo parou de girar, quando encarei teus olhos de frente e de fato pela primeira vez, um arrepio tomou meu corpo, minhas mãos suavam frio e as palavras faltavam. Tocar os teus lábios pela primeira vez foi redenção, foi subir ao céu e sentir a paz imensa da tua energia. A certeza de nossas vidas juntas se fez, e nada seria capaz de mudar.

Seguiram-se...

Horas de mensagens, encontros furtivos, apartamentos vazios, tardes de sol, festas de olhares intensos, de corpos distantes, corações apertados. Dores. Discussões. Términos. Fins. Recomeços.

Novos amigos, velhos conhecidos, incentivos, decepções.

Nova família, novos laços, novas sensações.

Momentos!

União de patinhas, acréscimo de amor. Colocação de móveis, escolhas...

Dormir na grama, no chão, no terraço, sob o sol, sob a lua, as estrelas. Tomar banho de chuva. Dançar mais, beber mais, sorrir mais, sair mais. Viver... Conhecer novos lugares, novas sensações.

Tardes na cama, noites e madrugadas. Horas de diálogo... horas de prazer.

Surpresas, bilhetes, dengos, "coisas"...gomas, chocolates, sorvetes...

Filmes, livros, músicas...

Meu tempo em noventa dias não cabe num só texto, não caberia num só livro. Não se traduz em palavras...é muito, é uma vida toda.

A intensidade de cada hora, a beleza de cada minuto, a doçura de cada momento...tudo está gravado em mim, na alma e no coração.

Eterno! Como é o encontro sutil de duas almas...como é o amor que sinto, que tenho e que recebo de você.

Há noventa dias fazendo valer a pena! ;)


quarta-feira, 23 de março de 2016

Silêncios

Ana Maria tem silêncios, assim como todas as Anas...e todas as Marias. Ana Maria tem suas dores escondidas no fundo de um peito repleto de amor. Ana Maria carrega tristezas na mente, mas sorrisos nos lábios. Ana Maria vê a vida com doçura mesmo diante das dificuldades.

Não se curva ao primeiro tapa, também não sabe correr da briga. Ana Maria não foge de nada. Ana Maria assim como muitas Anas e muitas Marias aguenta.

Das maldades e dos pesares carrega a experiência. E deixa que doa o que tiver de doer, Ana Maria sabe que é mais forte. Sabe que a vida é mais, que a existência é maior, é além. Assim como muitas Marias...assim como muitas Anas... ela é mulher, é forte, é intensa, é única, é Ana, é Maria!

sexta-feira, 18 de março de 2016

Imperfeitos humanos!

Nem todas as madrugadas são santas, nem todas as brincadeiras são divertidas, nem todas as atitudes são justificáveis.

Em alguns momentos somos só impulso e falta de razão. Imperfeitos humanos...em menor ou maior grau, imperfeitos sempre.

O lamento não cicatriza feridas, não recolhe lágrimas e também não cura corações. Mas não se tem muito além disso, dignifica minimamente as atitudes mal empregadas.

Desculpas pelo ontem e pelas imperfeições que são de sempre!

Fim.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Detalhes

Inundada de você. O tempo todo. Você é dona dos meus dias, preenche as minhas madrugadas, ilumina as tardes e deixa geladas as manhãs.

Meu Eu se perde nas tuas curvas, deslisa pelo teu corpo se encanta a cada minuto com o teu sorriso e mergulha no mar sem fim dos teus pensamentos.

Amo-te toda, sempre e muito.

O piscar dos teus olhos de cílios longos, a voz doce, as expressões que mudam constantemente de acordo com a intensão... ahhh como és encantadora. Como é delicioso conhecer e ser parte dos teus detalhes!!

quinta-feira, 10 de março de 2016

Boa noite!

Nas noites de quarta feira o jogo de futebol é para os outros. A TV não tem vez nem voz. Silenciosa paira sobre o móvel da sala,  empoeirada é apenas um enfeite qualquer. 

Seus olhos irradiam luz, são capazes de sorrir. A paz do silêncio é imensa, deitar no seu colo, ouvir apenas o seu coração...pulsando. 

Ficaria assim pela eternidade das horas. 

Mas antes de dormir ainda tem uma última música, e a casa repentinamente se torna a festa mais linda que já vi. E ela me pega nos braços e dançamos juntas. Sublime!

Fecho os olhos e me sinto amando a cada segundo mais!


terça-feira, 8 de março de 2016

Amanhã ninguém lembra...

É hoje, 8 de março, que os olhos de todos se voltam às mulheres. Hoje estamos em foco, hoje somos homenageadas e vistas como seres dignos de respeito e de igualdade de direitos. Mas amanhã é outro dia, e toda a utopia de dias melhores escorre por entre os dedos das mãos calejadas das donas de casa, perde-se no olhar parado das mulheres que choram o medo do próximo tapa, se acaba nos salários desiguais, no machismo e na misoginia tão disseminados em nossa sociedade.

Amanhã ninguém mais olha por nós!!!

Mas há esperança onde há força, coragem e fé. E disso entendem as mulheres. Entendem aquelas que lutaram pelo direito de usar calças, de frequentar as escolas, de fazer faculdade. Mora no coração daquelas que brigaram pelo direito ao voto, pela voz e pela vez, pelo direito de entrar no mercado de trabalho e deixar as panelas para trás. Muito já se conquistou. Mas nossas lutas não param. Não haverá de se esgotar até que sejamos vistas e tratadas como iguais. E lê-se iguais em direitos e deveres, mas sempre diferentes em nossas peculiaridades, na forma, na força, em nossas delicadezas!

Olhemos nós por nós mesmas. Todos os dias..não apenas hoje.


domingo, 6 de março de 2016

Sobre fins!

Diz-se dos humanos seres racionais. Muitas vezes duvido dessa afirmação. Me pego pensando aonde está a razão por trás de algumas atitudes vindas desses seres supostamente racionais. Talvez essa incongruência do meu pensamento seja apenas o reflexo do fato que existem diversas razões. Diversas formas de razão. diversos Eus impondo ao mundo sua razão pessoal, sua forma de pensar e agir.

Existem momentos da vida nos quais estas diversas formas de racionalizar se mostram ainda mais evidentes em suas diferenças. Um destes momentos são os fins. Os finais sempre tem o poder de mudar a cabeça das pessoas, ou quem sabe, de mostrar a pessoa que realmente se é, lá no inconsciente. Agindo em impulsos, a razão se perde em meio a corações partidos, lágrimas e conversas intermináveis e geralmente inconclusas.

No entanto, me apavora um pouco ver que a palavra FIM tem esta capacidade de tornar pessoas até então amáveis em leões, em ferras, em criaturas incontroláveis e acima de tudo irracionais. Criaturas capazes de matar, de judiar, de maltratar física e psicologicamente aqueles com quem viveram por anos.

No fim tudo o que se vive acaba em um mecânico separar de coisas. Os teus livros, as minhas roupas, as panelas, lençóis, os móveis. Uma casa assim como uma vida partindo-se ao meio. Bota-se em baixo do braço os pertences com o cuidado de não levar por engano nada que não te pertença, e com a mesma cautela não se deixa nada para trás.

No fim as risadas se apagam da memória. As conversas nunca existiram e vê-se apenas erros, uma infinidade deles, em todos os detalhes. No fim, só se quer correr para longe. Fugir do tumulto. E é humano...cheira a gente. E no fim... muitas irracionalidades surgem e ultimamente sair vivo já é uma grande vitória. É lamentável... humanamente lamentável.

sábado, 5 de março de 2016

Suspensa no teu ar!!

Nunca deixou de acreditar no amor, mesmo com a vida atropelando seus sonhos. Nunca perdeu a fé na felicidade dos dias, mesmo quando sentia-se triste. Via a vida passar rapidamente e sem freios pela janela. Não esperava novidades, também não tinha mais os sonhos adolescentes. O olhar maduro, apesar da pouca idade e o coração com suas cicatrizes, não viam perspectivas se não o repetir-se dos dias sempre iguais.

Mas lá no fundo sempre existia aquela vontade louca de ser arrebatada pelo amor. Aquele desejo quase oculto de sentir-se suspensa no ar, de apaixonar-se enlouquecidamente como toda a paixão há de ser.

Escondida em si mesma rezava baixinho. Pedia aos céus fôlego novo. Vida nova... Pedia sossego pra alma, impulso para os dias, paixão para o coração e paz...paz! Pedia uma vida tranquila mas intensa, fervorosa, quente, leve, solta. Ahhh...quantos desejos tinha.

Quando menos esperava...em mais um dia qualquer de uma vida qualquer, deparou-se inesperadamente com sua alma gêmea. Reconheceu-a de imediato. E assim como o abrir de asas de uma borboleta, sutil e doce...deixou-se levar... e desde então nunca mais tocou os pés no chão.  

sexta-feira, 4 de março de 2016

Nosso mundo!

É fim de tarde. Estou confortavelmente sentada no sofá de pallets. Meu pensamento se perde em devaneios enquanto meus olhos analisam os nichos de madeira de demolição à minha frente. São três, harmonicamente dispostos na parede branca, e sustentam livros de todos os tipos. Passo um bom tempo olhando cada título, revivendo cada história, me apaixonando novamente por cada volume. 

O sol do início de março dá o tom de nostalgia e sossego típico dos fins de tarde. Ilumina sutilmente os meus títulos favoritos... fecho os olhos por um instante. O silêncio é total e absoluto, apenas a tua respiração me faz companhia. Volto a abrir os olhos e aquela imagem tão trivial, mas ao mesmo tempo tão delicada me traz sorriso aos lábios. 

Você está deliciosamente deitada no meu ombro e dorme lindamente. Fico sentindo o calor do teu corpo junto ao meu e suspiro inundada pela paz do momento. Você desperta e diante dos teus olhos tenho a certeza de que nossa casa é nosso mundo, de que não há lugar mais aconchegante e gostoso do que o teu abraço. Toco os teus lábios de leve...é meu agradecimento por ter você na minha vida e meu desejo de eternidade.   

terça-feira, 1 de março de 2016

Deitada no teu colo o mundo parece parar!

Olhos fixos na janela, a paisagem que passa lá fora. O céu parece desenhado pelas mãos do mais hábil dos pintores. Mescla tons de amarelo, lá longe no horizonte, e vem se intensificando em laranjas e vermelhos até se fundir com maestria em um azul claro que vem gradativamente tornando-se azul céu.

Os últimos raios de sol pintam com tons de vermelho e laranja as poucas nuvens, compridas e finas, que parecem riscos no céu. É lindo.

A mente se esvazia, o corpo relaxa, o coração acalma... é divino.

O ônibus se desloca rápido, mas por um longo tempo o horizonte é companhia e eu deixo a paisagem me desconectar.

Permaneço ali, aconchegada nos teus braços, sentindo a tua respiração leve e o teu calor. O tempo poderia parar nesse momento. Só eu, você e o magnífico pôr do sol.

A felicidade mora dos detalhes, na beleza do dia a dia, na delicadeza de gestos e palavras, na perfeição da natureza... graças aqueles capazes de observar e sentir.