quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Estações

 O nome que tem não se sabe, tão pouco sua idade, embora pareça jovem. 

Nas tardes de inverno se mantém crua e seca. Embala os dias frios em finos galhos. Na primavera carrega pequenas folhas verde escuras que enchem na velocidade da luz, e a cada alvorecer a tornam mais bela. Logo próximo ao verão pequenas bolinhas aparecem nas pontas de seus galhos e do dia pra noite abrem miúdas e frágeis cachos de flores rosa punk. 

Encantando os olhos daqueles que a olham, derrama suas flores no chão com o passar rápido dos carros na rua. Flores que correm ligeiras deixando o asfalto pontilhado de cor de rosa para em seguida depositarem-se calmas sobre a grama verde dos canteiros ou entre os desníveis e buracos do rejunte das calçadas. Ali quebram o cinza da obra dos homens com o suave arco ires da obra divina. 

Quando o outono chega com seus dias secos e amenos suas folhas ganham tons avermelhados como fogo que caem enchendo as valetas de sua tonalidade única. Caem carregadas de uma força que insiste em colorir os tristes blocos de pedra e asfalto que compõem nossas ruas. 

Entre tantas monocromáticas, ela embeleza solitária as quatro estações. Que sorte a nossa ser ela moldura da nossa janela! 

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